A Polícia Federal concluiu a Operação Boiúna, que inutilizou 277 dragas utilizadas na extração ilegal de ouro no Rio Madeira e gerou impacto estimado em R$ 1,08 bilhão ao garimpo. A ação ocorreu entre os dias 10 e 24 de setembro, sob coordenação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI), com apoio da Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Censipam. Somente a destruição dos equipamentos representou prejuízo direto de R$ 38 milhões às estruturas criminosas, segundo laudos periciais.
Os cálculos do impacto consideram não apenas a perda patrimonial das dragas, mas também o valor do ouro extraído ilegalmente nos últimos sete meses, os danos socioambientais acumulados e os lucros cessantes pela paralisação das atividades. Além do caráter repressivo, a operação incluiu ações sociais e ambientais. No dia 18 de setembro, equipes da Polícia Federal estiveram na comunidade ribeirinha de Democracia, em Manicoré, onde coletaram amostras de cabelo, água e material biológico para avaliar os efeitos do mercúrio sobre a saúde da população local.
Um levantamento do Greenpeace Brasil apontou a existência de mais de 500 balsas de garimpo ilegal em operação no Rio Madeira, algumas em áreas próximas a unidades de conservação e terras indígenas. O dado reforça a necessidade de ações permanentes para conter o avanço da mineração clandestina, que provoca graves prejuízos ambientais e sociais na região amazônica.