O ex-diretor de Governança, Planejamento e Inovação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alexandre Guimarães, será ouvido nesta segunda-feira (27), às 16h, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A convocação foi aprovada a partir de requerimentos apresentados por parlamentares de diferentes partidos, entre eles o senador Izalci Lucas (PL-DF) e os deputados Rogério Correia (PT-MG), Adriana Ventura (Novo-SP), Duarte Jr. (PSB-MA) e Sidney Leite (PSD-AM).
No requerimento apresentado, Izalci Lucas classificou o depoimento de Guimarães como “medida inafastável e urgente” para esclarecer o rombo de R$ 6,3 bilhões identificado nos cofres da Previdência Social. Segundo o senador, as investigações da Polícia Federal, no âmbito da Operação Sem Desconto, apontam um possível vínculo financeiro entre o ex-diretor e o principal articulador do esquema criminoso, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Documentos indicam que Guimarães teria recebido R$ 313 mil da empresa de Antunes, a Vênus Consultoria, valor considerado incompatível com sua renda declarada.
Para Izalci, a gestão de Alexandre Guimarães no INSS representa “um paradigma de falha de governança”, e o depoimento será essencial para determinar se sua conduta foi negligente ou dolosa. O parlamentar defende que o ex-diretor explique, sob juramento, a natureza de sua relação com o lobista, a origem dos pagamentos recebidos e a falta de medidas efetivas para conter as fraudes. A CPMI busca apurar responsabilidades na suposta organização criminosa que teria desviado bilhões de reais do sistema previdenciário brasileiro.

