A expansão dos jogos eletrônicos e das plataformas de apostas impulsionou um aumento preocupante de problemas financeiros e emocionais entre brasileiros, levando à criação de novas medidas de prevenção e cuidado. Um acordo de cooperação técnica firmado pelos ministérios da Saúde e da Fazenda estabelece ferramentas como uma plataforma de autoexclusão, que permitirá ao usuário solicitar o bloqueio de seu CPF em sites de apostas a partir de 10 de dezembro. O pacote de ações inclui ainda a criação do Observatório Brasil Saúde e Apostas Eletrônicas, destinado a integrar dados e orientar estratégias de apoio pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O conjunto de iniciativas também prevê orientações sobre como buscar atendimento na rede pública, por meio do Meu SUS Digital e da Ouvidoria do SUS, além da Linha de Cuidado para Pessoas com Problemas Relacionados a Jogos de Apostas. A partir de fevereiro de 2026, o SUS deve oferecer teleatendimentos especializados em saúde mental voltados ao tratamento da compulsão por jogos, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês. Inicialmente, estão previstos 450 atendimentos mensais, com possibilidade de ampliação conforme a demanda.
Dados recentes do Ministério da Saúde apontam crescimento significativo no número de atendimentos relacionados a vício em apostas: foram 2.262 registros em 2023, 3.490 em 2024 e 1.951 apenas entre janeiro e junho de 2025. O perfil predominante das pessoas afetadas inclui homens de 18 a 35 anos, em situação de vulnerabilidade social e emocional. Com a regulamentação mais rigorosa do setor, o governo também reforçou que CPFs de crianças, beneficiários do BPC e do Bolsa Família não podem ser usados para cadastro em plataformas de jogos.

