O julgamento dos cinco policiais militares acusados de envolvimento na morte da soldado Deusiane da Silva Pinheiro, 26 anos, foi adiado nesta segunda-feira (18) por problemas de saúde do juiz Alcides Carvalho Vieira, titular da Vara de Auditoria Militar do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A nova data ainda será definida e divulgada nos autos do processo, segundo informou o tribunal.
Deusiane foi morta em 1º de abril de 2015, com um disparo de arma de fogo na cabeça, na base fluvial Peixe-boi, do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, localizada no rio Tarumã, próximo à praia da Lua. O Ministério Público Estadual denunciou o cabo Elson Santos Brito por homicídio qualificado, enquanto os cabos Jairo Gomes, Cosme Sousa, Narcízio Neto e o soldado Júlio Gama respondem por falso testemunho.
A denúncia aponta que Deusiane mantinha um relacionamento conturbado com Elson, marcado por ameaças após a decisão da soldado de encerrar o namoro. Na noite do crime, ambos estavam no piso superior da base, enquanto os outros quatro policiais se encontravam no andar inferior. Eles afirmaram ter ouvido o disparo e, ao subirem, encontraram a jovem já sem vida. A perícia indicou alteração no ferrolho da arma da vítima, o que reforçou as suspeitas do Ministério Público.
O caso completa dez anos sem desfecho. Familiares e amigos da soldado realizaram um ato em frente ao Fórum Ministro da Silva Reis, no bairro São Francisco, para cobrar celeridade no julgamento. A versão apresentada pelo acusado e pelos demais envolvidos sustenta que Deusiane teria atentado contra a própria vida, tese contestada pela promotoria.