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Mais de 500 balsas de garimpo ilegal são identificadas no rio Madeira

Um sobrevoo realizado pelo Greenpeace Brasil no dia 19 de julho flagrou 542 balsas de garimpo operando ilegalmente ao longo do rio Madeira, em um trecho que se estende de Calama, em Rondônia, até Novo Aripuanã, no Amazonas. As embarcações foram localizadas em 22 pontos distintos, algumas próximas a áreas protegidas como a Reserva Extrativista Lago do Cuniã e a Terra Indígena Lago Jauari. As imagens revelam o avanço descontrolado da atividade garimpeira, com sérias ameaças ao meio ambiente e às comunidades locais.

Segundo a organização ambiental, o número de balsas registradas aumentou de forma acelerada em 2025. Entre janeiro e fevereiro, haviam sido identificadas 130 estruturas. Já em junho, o número saltou para 285, e em meados de julho, ultrapassou 500, representando um crescimento de 316,92% em apenas cinco meses. O dado reforça a escalada da exploração ilegal de ouro, em regiões fundamentais para a estabilidade ecológica da bacia amazônica.

O mapeamento faz parte de um programa de monitoramento intensivo realizado com o auxílio da plataforma de inteligência Papa Alpha, atualizada com imagens de radar do satélite Sentinel-1, da Agência Espacial Europeia. A tecnologia permite identificar estruturas metálicas mesmo sob nuvens densas, emitindo alertas quase em tempo real. A intenção do Greenpeace é estender esse sistema para outros rios da Amazônia, como o Tapajós e o Teles Pires, que também enfrentam forte pressão do garimpo.

Grégor Daflon, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, ressaltou o impacto devastador da atividade ilegal: “Cada balsa representa mercúrio nos rios, florestas destruídas e vidas ameaçadas. Estamos falando de um crime que contamina peixes, compromete a qualidade da água e coloca em risco a subsistência de comunidades inteiras”. Para ele, o uso da tecnologia de rastreamento é decisivo para pressionar as autoridades a agirem.

“Agora sabemos onde as balsas estão, quando chegam e como se movimentam. Com isso, temos as ferramentas para cobrar os responsáveis e exigir medidas proporcionais à gravidade do que está acontecendo”, afirmou Daflon, ao defender mais firmeza na resposta institucional diante da destruição acelerada.

O Greenpeace está encaminhando todas as informações às autoridades competentes, como Ministério Público, Ibama e Polícia Federal, com o objetivo de fomentar ações de fiscalização e repressão. A organização segue atuando para garantir que os responsáveis pela degradação ambiental sejam identificados e responsabilizados.

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