Com cerca de 330 casos estimados no Amazonas entre 2023 e 2025, o câncer de cabeça e pescoço é o foco da campanha “Julho Verde”, que busca conscientizar a população sobre os principais sinais da doença. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os tipos mais comuns na região são os de cavidade oral, laringe e tireoide. A doença pode afetar diversas áreas, como lábios, língua, bochechas, gengivas, faringe, cavidade nasal e glândulas da tireoide.
O médico Tomás Garcia, especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, alerta para feridas na boca que não cicatrizam após duas ou três semanas. Outros sinais incluem dor ou dificuldade ao engolir, rouquidão persistente, sangramentos e obstruções nasais constantes. Nódulos no pescoço e ferimentos na pele do rosto ou couro cabeludo também merecem atenção, principalmente se forem áreas expostas ao sol.
Garcia reforça que, ao identificar sintomas persistentes, é essencial procurar um médico para avaliação clínica. O tratamento do câncer de cabeça e pescoço é individualizado, de acordo com o estágio da doença, e pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, modalidades oferecidas pela Fundação Cecon. Até junho deste ano, 241 cirurgias foram realizadas na unidade, e a expectativa é superar os 360 procedimentos registrados em 2024.
A prevenção passa por hábitos saudáveis, como manter boa higiene bucal, ter uma alimentação rica em frutas, verduras e proteínas, além de evitar o uso de cigarros — incluindo o vaper — e o consumo excessivo de álcool. O sexo oral sem proteção também é um fator de risco, devido à possível transmissão do Papilomavírus Humano (HPV).
Entre os principais fatores associados ao câncer de cabeça e pescoço estão o tabagismo, o alcoolismo, infecções por HPV, má higiene oral, exposição a bebidas muito quentes e a desnutrição crônica. A campanha reforça a importância do diagnóstico precoce e da adoção de comportamentos preventivos para reduzir a incidência da doença.