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Polícia Civil leva Operação Shamar a comunidade indígena em São Gabriel da Cachoeira

Pela primeira vez, a Operação Shamar, conduzida pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), chegou a uma comunidade indígena no município de São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros de Manaus. A ação foi realizada na comunidade Yamado, que integra um território com 750 comunidades indígenas, e teve como objetivo ampliar o enfrentamento à violência contra a mulher em áreas de difícil acesso.

A edição deste ano da operação tem como foco levar informação e apoio às mulheres indígenas, possibilitando maior conhecimento sobre seus direitos e sobre os canais de denúncia disponíveis. Durante a visita, a equipe da PC-AM reforçou a importância da prevenção e do acolhimento, principalmente em locais onde a comunicação e o acesso aos serviços de proteção são mais limitados.

Policiais da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), da Delegacia de Polícia de São Gabriel da Cachoeira (DEP), do Departamento de Polícia do Interior (DPI) e da Diretoria de Comunicação participaram da ação. Eles dialogaram com indígenas das etnias Koripako, Baniwa, Tukano e Baré, realizando rodas de conversa sobre violência doméstica e a Lei Maria da Penha. A delegada Patrícia Leão destacou que muitas mulheres não tinham conhecimento dos diferentes tipos de violência previstos em lei, como a psicológica e a patrimonial.

Durante a atividade, lideranças indígenas ressaltaram a importância das orientações recebidas. A indígena Vanilsa Gomes Monteiro afirmou ter aprendido a identificar situações de violência que antes não reconhecia, e destacou a relevância de compartilhar essas informações com outras mulheres da comunidade. A delegada Grace Jardim também apresentou a Delegacia Virtual da Mulher (DVM), plataforma lançada recentemente no município, que possibilita solicitar medidas protetivas de forma online, ampliando o acesso das mulheres aos serviços de proteção.

As lideranças indígenas, como Maria do Rosário, conhecida como Dadá Baniwa, reforçaram que a nova plataforma é um avanço no combate à violência nos territórios. Ela destacou que muitas vítimas ainda permanecem em silêncio por medo de expor agressores que, muitas vezes, são companheiros ou pessoas próximas. Para o delegado Paulo Mavignier, a conscientização da comunidade masculina é fundamental para reduzir os índices de violência, mostrando que a prevenção e o respeito devem ser prioridades.

A Polícia Civil pretende expandir as ações para outras comunidades indígenas da região. A delegada Evanice Cavalcante afirmou que o contato direto com os moradores ajuda a identificar demandas locais e fortalece a relação de confiança com a população. Para o líder comunitário Ari Rodrigues, a presença da corporação representa um marco para a valorização das mulheres indígenas e para o fortalecimento da segurança nos territórios.

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